Encarando os empecilhos

Quando nos tornamos espíritos endurecidos ou demasiadamente apáticos, fechados a qualquer possibilidade de renovação, as Leis Divinas fazem tremer o nosso chão, a fim de que possamos sair do terreno perigoso onde nos encontramos, buscando a terra firme de nosso progresso espiritual que havíamos abandonado.

Deus não quer nos destruir quando surgem os empecilhos; Ele apenas almeja nos levar a uma situação mais benéfica do que aquela que estamos vivendo.

Portanto, na hora em que os problemas fizerem a terra de nossa vida tremer, vamos usar da calma que nasce da confiança de que estamos sendo resgatados pelo amor de Deus a um modo de vida mais feliz. O verdadeiro problema não é o terremoto, mas o lugar perigoso onde nos encontrávamos antes dele.

A calma não é uma virtude que vem de fora para dentro. Ela é construída dentro de nós, a partir da constatação de que, em qualquer circunstância, as Leis Divinas estão agindo em nosso benefício!

Temas de Esperança

Quem goste de pessimismo, e se queixe de solidão, observe se alguém estima repousar no espinheiro.

Guarda a lição do passado, mas não percas tempo lastimando aquilo que o tempo não pode restituir.

Quando estiveres à beira do desalento, pergunta a ti mesmo se estás num mundo em construção ou se estás numa colônia de férias.

Deus permitiu a existência das quedas d'água para aprendermos quanta força de trabalho e renovação podemos extrair de nossas próprias quedas.

Não sofra pensando nos defeitos alheios, os outros são espíritos, quais nós mesmos, em preparação ou tratamento para a Vida Maior.

Se procuras paz, não critiques e sim, ajuda sempre.

Toda irritação é um estorvo no trabalho.

Quem furta a esperança, cria doença.

O sorriso é sempre uma luz em tua porta.

Diante de Críticas

Receba com inteligência as críticas que lhe fazem. Sem mágoas nem
ressentimentos, estude essas críticas, uma a uma.

Pense sinceramente: "Por que disseram isso de mim?"

Mas não responda imediatamente. Quando depressa respondemos a
perguntas desse tipo é porque queremos nos livrar do problema.

"Fique" com o problema, com a crítica que você examina. Observe-a
interessadamente, e veja até que ponto ela é verdadeira ou falsa.

Os desafetos, os inimigos nos ajudam efetivamente no processo de
autoconhecimento. São eles que apontam nossos erros e imperfeições.
Ou, pelo menos, alguns dos muitos erros e imperfeições dos quais
teremos de nos libertar no trabalho de espiritualização em que estamos
empenhados.

Não guarde rancor dos que criticam você impiedosamente: agradeça a
eles os apontamentos negativos. Se for o caso, corrija-se e siga em
frente.

Altruismo

Coopere sempre, concorra para o bem geral da humanidade.
 

Designa-se por "altruísmo" o sentimento que nos leva a ter interesse pelos outros, portanto, é o contrário do egoísmo.
 

Na verdade, não é bem o contrário, mas o egoísmo ampliado:
 

Interessamo-nos, primeiro, por nós mesmos, depois, por nossa rua; em seguida por nosso bairro, nosso município, nosso Estado, nosso país, o mundo inteiro, a humanidade.
 

Nosso egoísmo se ampliou e transformou-se em altruísmo.
 

O altruísta é o que sabe que sua felicidade está na razão direta da felicidade dos outros.
 

 Ninguém pode ser feliz rodeado de infelizes.

Acalme-se

Tenha calma. 

Evite a indignação, a ira. Não clame por justiça em explosões da chamada "cólera sagrada".
Como está escrito:
 

"Não se ponha o Sol sobre a sua ira."
 

Quer dizer: que a sua ira se tenha anulado, ao menos, até o anoitecer.
 

Melhor, porém, é que ela nunca faça morada em seu coração.
 

De nada valem a sua ira e indignação ante aquilo que você não pode mudar: você não pode mudar os outros, nem o curso dos acontecimentos.
 

Por isso, não se irrite nem se impaciente.
 

Continue a realizar com amor a sua parte, a sua tarefa, o seu trabalho.
 

E simplesmente não faça o que você desaprova nos outros.

Diante da Doação

Quem semeia benefícios colhe bênçãos.

E colhe-as no próprio ato da semeadura.

Ajude sem medidas, desinteressado dos resultados: os resultados de sua ajuda a Deus pertencem.

Quem doa algo e fica a vigiar a sua doação "para saber se foi bem empregada", não doou.

Também não doou aquele que deu aguardando gratidão, ou qualquer forma de recompensa material ou espiritual.

Nunca doe nada com exigências ou condições.

Desapegue-se do fruto de sua doação.

A caridade é mais para o que doa, do que para o que recebe. Você a exercita para espiritualizar-se, embora também não deva alimentar desejos ansiosos de espiritualização: esta será uma decorrência natural do seu desprendimento.

Nossa Crença

Entusiasmados com os benefícios e alegrias que sua religião lhe proporciona, você deseja que os outros sigam o mesmo caminho e aceitem sua crença.

Mas, a crença, a religião, é uma questão de julgamento íntimo, uma decisão da própria consciência: depende do temperamento, da cultura, da tradição familiar ou nacional, das necessidades de cada um, e por isso não as impõe.

Não seja um inconveniente propagandista de sua crença, de sua doutrina, de sua religião. Pratique-a sinceramente, mas respeite o credo dos outros.

Se, contudo, alguém se interessar por sua crença e procurar você para dela se informar, seja solícito e dê ao seu consulente as informações que ele deseja, com naturalidade, sem demonstrações de fanatismo e ares arrogantes de "dono da verdade".

Ande um Passo a Mais

Não se apegue à "Lei do Menor Esforço".

Pedir é lícito, é permitido e até desejável: pedir a Deus, aos bons espíritos, às pessoas do nosso convívio. Tanto vale pedir quanto se deve doar.

Mas não faça dos seus pedidos uma viciação, um hábito nocivo. Quem vive a pedir, e não se movimenta para a consecução do que quer, cria ferrugem, enregela o coração.

Não seja o servo inútil da parábola evangélica, que só faz o que lhe é devido, e ainda assim o faz com desgosto.

Faça, sempre, um pouco mais do que lhe é devido.

Aceite as tarefas difíceis, que outros, por desamor, por preguiça, por apego ao menor esforço e amor ao esforço nenhum, recusaram.

Compreensão em Duas Vias

Você se diz incompreendido.

Os outros não compreendem você.

Mas você compreende os outros?

Neste nosso mundo tudo se regula pela Lei de Ação e Reação. Para que nos compreendam, temos, antes, de compreender os outros.

Quando os compreendemos?

Quando nos interessamos por eles, e os "enxergamos".

No geral, vemos as pessoas, porém, não as enxergamos. "Ver" e "enxergar" são coisas distintas. Tudo vemos, porque não somos cegos. Mas pouco enxergamos, porque não aplicamos com intensidade o sentido da visão, do real interesse que nos leva à compreensão.

E quando compreendemos os outros, eles nos compreendem.